5º ATO – Sandra Miramar

EM LUZ

Sandra é estudiosa e expositora há décadas, mas tem ligações com a música desde a participação na Mocidade “O Precursor”, na União Espírita Mineira. Sandra participou do Coral “Pedro Helvécio” no final da década de 1970, ainda com Elcinho como maestro. Lá ela teve contato com James Marotta, que marcou época com suas músicas e arranjos vocais. 
Algumas criações do James se encontram no Soundcloud, no seguinte endereço: https://soundcloud.com/james-marotta
Abaixo está a música “Noite Igual”, dele.


Outra influência que se encontra no CD que gravou foi do Toninho (Antônio Gonzalez), jovem músico da mocidade O Precursor e também maestro do Coral Pedro Helvécio por algum tempo. Sandra recuperou a música intitulada “Luz”, na oitava faixa.
Embora desejasse muito ser cantora, sob a influência da mãe iniciou sua carreira profissional na área de saúde mental. Sandra formou-se enfermeira de nível superior, trabalhou no Hospital Espírita André Luiz e no Instituto Raul Soares da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais-FHEMIG. Ela dirigiu a Escola de Formação  profissional da Fhemig, que foi incorporada à Escola de Saúde. Posteriormente ela foi coordenadora na Escola de Saúde de MG. Sandra exerceu docência e pesquisa na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
Em seu trabalho, Sandra associava a música à saúde. Aprendeu violão para tocar para as hansenianas de Sabará, cidade histórica mineira que ainda sofria os efeitos de anos de segregação social dos portadores do mal de Hansen.
“- Elas ficavam alegres com a música! ” Disse-nos.
Nos hospitais psiquiátricos montou grupos de teatro e música, à época levava jovens das mocidades espíritas para cantar e representar peças teatrais voluntariamente.

Os anos se passaram e Sandra passou a levar seu violão nas palestras espíritas que fazia fora de Belo Horizonte para cantar alguma música. Os participantes perguntavam se ela não tinha um CD ou um lugar na internet em que pudessem acessar suas canções e ouvir sua voz. Ela sempre postergava, dizendo que quando aposentasse iria fazê-lo.
Veio a aposentadoria e com ela aulas de canto, contatos no meio musical, recuperação de músicas e a gravação do CD. Daí para o palco do teatro foi um passo.
O espetáculo foi composto de voz, de violão, de flauta, de violino e de cajón. Entre os convidados, estavam o cantor Tim, o grupo Lumiar e um conjunto de jovens da COMEBH.
Além das músicas que compõem o bom CD com o mesmo nome do show, Sandra escolheu algumas músicas com temática religiosa.
“- Vivemos tempos pesados! ” Ela nos disse.
“- Gravei o CD para que as pessoas possam ouvir uma música suave e desligar-se dos problemas da vida. ”
Músicas muito cantadas em nossas casas espíritas, como “Mensagem Fraterna” composta para a letra de Auta de Souza, psicografada por Chico Xavier, tiveram um arranjo diferenciado. Esta canção me lembrou “Scarborough Fair”, música medieval inglesa cuja regravação de Simon e Garfunkel tornou popular nos anos 1960-70.

Uma bela surpresa é a música “Amazing Grace”, de 1773, composta originalmente por John Newton, um traficante de escravos que se tornou pastor. Dizem que a canção era cantada pelas “peças” transportadas em “bocca chiusa” porque lhes era impedido falar ou gritar. Sandra gravou a canção com letra em português de James Marotta.
Outra escolha de canção muito divulgada por aqui foi “Fim dos Tempos”, de João Cabete (1919-1987). Cabete é um compositor espírita paulistano, que se tornou advogado e tabelião em São Bernardo do Campo. Tem mais de 200 músicas e influência em Belo Horizonte e região em função do Coral Scheilla. Procurei, mas não encontrei informações sobre a música. Algo me diz que deve ter sido composta em reação ao sofrimento proporcionado pela segunda guerra mundial.

FONTE DE TEXTOS E IMAGENS: http://espiritismocomentado.blogspot.com/2019/11/em-luz.html